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27 janeiro, 2014

Eu a muralha

Aguardo a última luz apagar-se, esperando o ato que me tire de mim. É quando vale a pena, é quando o convite me escapa o escopo que desmorono, como castelo de areia em dias de chuva - aqueles dias nublados que toca um fino vento que transpassa os poros. Um dia que não possui outra definição se não; tédio. Dia de suicídios em colchões, de rascunhos rabiscados nas paredes de qualquer lugar - nas vielas, nas esquinas ou nas árvores - esperando eternamente um leitor. Alguém que entenda que poesia não tem lugar, que filosofia não é só pensar, e que amor não é só amar.

Há quem erga castelos nos piores dias, onde o mais feio iglu torna-se a mansão de quem já é muito. Que me vale o céu se não tenho asas - disse a necessidade. E por um momento quis o que queria, pois sabia querer, como ser que é. Então, Fernando, o terreno tornou-se castelo, e o castelo sou eu...

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