Páginas

30 setembro, 2014

Furto noturno

és tu, não quem pensava eu.
fui seu, em instante e agora.
atreveu-se e chegou assim
na noite, no toque, sem fim.

meia luz, meio tarde
meio que por acaso
mas tudo planejado.

te sinto, te sintas à vontade.
mas me devolva à mim.

e talvez me engane,
a semelhança
não é só o nome.

06 setembro, 2014

Urbe

antes fosse pouco
o tanto desencanto,
canto, de peito rouco
gesto louco...

MEUS DEUS!
tudo normal
nesse concreto cinza.
vicio virtude
e no lixo poesia.

02 setembro, 2014

Monosintonia

eu escrevo as mais belas linhas
e apago, por apego a mim mesmo,
desenho contínuos traços negros
nas almas de meu cinza eu.

sou chuva chovida sem vida
amargura saudosa dos tempos d'outrora
há em mim um descaso, um desato
pulsa o sangue que não acalenta

passo a passo sigo a morte lenta
não se vê dia que se erga
vontade minha companhia alheia

às vezes já não sei mais se quero
ter a ausência preenchida, ou
ser preenchido de ausências.

 
 
Copyright © Navios Naufragados
Blogger Theme by BloggerThemes Design by Diovo.com