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29 setembro, 2013

Próxima estação

um sopro florescente
acendeu as folhas
para que na sombra sente
acalenta alma, olhos
sente
coração

e ai de quem diga não
para as cores que dançam
num compasso sem ritmo
apreciar é o mínimo
diante do abismo

do redemoinho
que se formou colorido
fui atingido
[...]


* Poema para o concurso Café & Poesia

17 setembro, 2013

Combustão

sou inflamável
uma dinamite
queimo por dentro
de dentro pra fora
de fora pro agora
e agora
passou.

14 setembro, 2013

O beijo do diabo

é preciso ter pés leves
o livre arbítrio é traiçoeiro
dança na conscicência
quando se está do avesso
e do avesso estou eu

aceitei a mão do diabo
que me tirou pra dançar
me embriagou em seus lábios
e com uma lupa perguntou
o que eu estava fazendo

Ó céus, o que estou fazendo
quebrando paradigmas
dançando sobre dogmas
que já formavam muralhas
em meu horizonte

mas assim é a vida
que espírito hoje é livre
se se libertar de algo
é prender-se fora dele

quem não mantém o pensamento em cativeiro
que tente falar sobre liberdade
me flagelei por tempo demais
por não conhecer da vida nem metade

07 setembro, 2013

Carga etérea

Avistei ao longe um camelo,
não pude deixar de notar 
a enorme bagagem que trazia consigo.
"Pobre és tu" - disse eu, lhe tirando as bagagens.
"O que estais a fazer?"
- disse ele recuando de mim -
"Cada um tem o que busca,
deixe-me com minhas bagagens
e eu deixo-te com a sua culpa"

E assim descobri que a solidariedade não pode ser cura
para aquele que não quer ser curado.
Viver é aceitar seu fardo.

05 setembro, 2013

Subterrânimo

às vezes penso em te pegar pela mão
e mostrar que a vida vale a pena,
mas no fim...
é sempre eu quem precisa ser guiado.
pois já nem um tornado é o suficiente
para me mover daqui.
Minhas raízes tocam o inferno
não preciso mais de um médico
preciso de um jardineiro.

03 setembro, 2013

Sublimazia

tenho vontade de fazer poesia de teus olhos
e como seria possível não ser clichê.
por isso me calo e te observo n'outro gole
como se me engolisses neste mar de possibilidade
que somos
sempre.

 
 
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