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24 junho, 2013

Abandonar-se

a tempos não tenho visitado a mim mesmo
ou talvez, quem sabe
tenha me visitado até vezes demais
será a hora, de esquecer-me de fato?
deixar-me levar por este vento que sopra
por estas águas da chuva de inverno
e o frio que me acolhe em todo canto.
Pois tenho recebido pouco, quase nada
de humanidade destes seres,
estes transeuntes de polegares opositores

o que tem a me oferecer;
se não uma pilha de preconceitos velhos
e que por egocentrismo, jamais hão
de abrir um dedo sequer de suas mãos.

Por isso também, não me desfaço dos meus
e quem será o primeiro a dar o braço a torcer?

10 junho, 2013

Sobre uma, das muitas formas de partir

formou-se em nuvens
umas poucas imagens
fez-se passarinho
livre, e que voou
como poderia
prende-lo, numa arapuca
numa gaiola
numa relação de posse
e propriedade.
Nasceu livre
e se aprisionou
em si mesmo.
o passarinho escolheu
foi embora sem
comer as migalhas
que joguei ao chão
de tudo que sobrou
de meu coração
levou consigo
aquele rosto mais lindo
que nuvem alguma
já havia formado
e distante que agora está
já estou conformado.

07 junho, 2013

Em cada estrela morta

a vida tão vazia como o resto
de café que fica na xícara
a mesa é meu lar e quem
me acompanha é a solidão
que já se tornou forma
e diz que é Ente independente
não a tiro para dançar
ela não sabe, e nem eu

talvez me chame para tropeçar
aí então seremos felizes
me disseram que os planetas
não piscam, quem sou pra discordar
as luzes da cidade escondem
a direção das nuvens
embora estas estradas me afastem
meu pensamento continua além
porque se até as estrelas morrem
contento-me com tuas palavras efêmeras.

04 junho, 2013

Se você pudesse ver por baixo da minha pele


Sou um homem doente
doente psicologicamente
e como sou duro comigo mesmo
não há fuga para a loucura
não há, em quem quer
que seja, alguma cura
me flagelo como quem tem culpa
já provei das nuvens
os seus dissabores,
evitei discursos
e nem a mão ofereci
não pedi desculpa.
pois só a arte colore
as estradas que já passei
sem deixar saudades
em cada olhar
disse tudo o que quis,
sem dizer nada.

03 junho, 2013


a vida

           fez-se doce

para que

           as lembranças

tivessem

           algum sabor.

 
 
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