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29 abril, 2014







no verso confesso
espírito do avesso
que visto confuso
a alma em desuso.







27 abril, 2014

Gracias

soltos charmes
que sai, exala
calo, diante do acaso
que por diabos
brinda em nós o tédio
de alinhar os atros
dos acasos

sede-me teu sabor de carne
pura
e escassa.

E o tempo,
que de tanto não passar
passou agora, tempo
que invento
me perco no teus
meios e pensamentos.


19 abril, 2014

Catapora do calango

dos poetas exige-se
o bem dizer, as frases belas
espera-se a língua afiada igual navalha
o afago do tormento no tempo certo
a avidez pela nudez desnuda
a marginalidade esclarecida
como luz que ilumina as trevas...

sejamos nus
de peito aberto, e bucetas peludas
desagrado grato em noite só
em rimas baixas e versos podres
caguemos nossas injúrias
sobre aqueles que nos injuriam.
vomitemos o produto final
de sua busca por perfeição.
estuprar a moral e toda
instituição, que por sede
erguem-se estátuas e glorificam
o amor maldito nascido
nos ralos entupidos pelo lixo.


cansado de santos viciados
cuspo de língua em língua
o veneno da margem morta.



13 abril, 2014

Napalm inverso

metade de mim naufragou,
e nas superfícies conheci a profundeza.
Dos olhos à ternura e um sorriso
sorrido de meia boca, meio tímido
que me deixou meio aqui.
de meio coração aberto...

e o resto é só tempo que espero
essa leveza desregrada de voar
por céu, lama, rio e mata
alguém que entenda sem explicar.

 
 
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