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31 agosto, 2011

Abra os braços

Eu posso tentar

parar de me esconder

posso nunca mais

tentar me conter

Gritar os medos

falar de mim

apontar os dedos

pensar no fim


Eu posso acordar

virar as costas

não sair deste lar

que não tem portas.

Chamar o coelho

pra comigo viajar

mas se queres conselho

não posso ajudar.

Eu posso ficar parado

vendo você

posso ficar trancado

sem ver TV


Eu até poderia

ficar sem ler

mas isso seria

ficar sem escrever

Então, onde encontro

conforto certo

já te tenho aqui dentro

por não ter você perto


Então cantaremos

sigo o coração

e dizer que somos

sem pudor em paixão.



29 agosto, 2011

Concurso Poesia Urbana

Hoje saiu o resultado do concurso de poesia urbana, onde foram selecionados 80 poemas que serão publicados em colagem nos vidros dos veículos de transporte coletivo da empresa Santa Teresinha Transportes Urbanos e dos ônibus de transporte de alunos da Prefeitura Municipal de Brusque.
Fui selecionado com este poema:

Prelúdio sobre a cidade


Como poderia eu
retornar a mocidade
se me perco em amores
dentro desta cidade.

Demasiado já sofri
cultivando flores sem cor
dentro de meu coração
não há de caber rancor.

Pudera estas palavras
trazer alívio imediato
a quem nem abrigo tem
e vaga atormentado
neste banco isolado.



Segue o link de todos os 80 poemas selecionados AQUI



24 agosto, 2011

Eu poderia falar de mim, e isso seria egoísmo.
Então falarei de você...
Bem, isso é ainda mais egoísta.
É impossível fugir de si mesmo.
Deixa pra outro dia...

23 agosto, 2011

Herói de lama

Deus morreu!
Porque o espanto?
Como se houvesse algum credor aqui.
Como se não houvesse um pecador em ti.

Não preocuparas-te a partir de agora:
Não há medo, não há castigo.
Não existe inferno, nem paraíso.
Os dogmas que tornaram-te cego
não mais aprisionarão teu ego.

Há quem discorde, sempre há
esses lúdicos, só não queiram me julgar.
Afinal, não podem isso, tua doutrina não o permite
não te permites viver,
não te permites falar,
não te permites questionar.

Se teu livro sagrado trás tua paz,
porque há trancas em tua morada?
Desfila nos escombros, atento
ao que o mundo te guarda.

Tua crença é apenas crer,
mas teu medo te condena.
Não vejo saída nas suas esquinas
Não vejo respostas em teus salmos.

Teu Herói é uma cópia,
sua história encontra-se agora
no livro de conto da pré-escola.

Então eu sento...
e aplaudo a maior mentira da humanidade.



27/07/2011

22 agosto, 2011

Os funerais do coelho branco III












E inicia-se uma vez mais

esta sina que não descansa,
e o resto tanto faz
virtuoso não possuem esperança.

É só outra chuva, como sempre
na semana que estás ausente,
não sinto-me sozinho, afinal.
É um gato laranja, que até mim vem
não o tires os panos de dormir,
não é o escuro que temem.

Dizer mais uma vez até logo,
não tão logo quanto parece ser.
Dá próxima vez sentemos perto do lago,
e atiremos bolo aos peixes para vê-los crescer.
E leve um casaco, pois já faz frio
obviamente as promessas não irão congelar
então as esqueças no rio
não veremos o porque desenterrar.

Durma, e sonhes,
mas me conte.
Enquanto isso Bauman me acompanha,
para tentar entender
o que estamos a fazer.
É lógico que ele não tem razão,
mas não ignoro outra opinião,
seguiremos então, neste mar...
sem velas à remar.

19 agosto, 2011

Mundo Líquido

E a metáfora de mundo-mar
está tão consolidada nestes dias.
Entre amores líquidos,
e sentimentos oblíquos .
Não ancora-te em trapiche algum
que tome teus remos,
que te deixe a esmo.

Sem boias e sem bússola,
sem livros de consulta.
Você que ainda procura seus remédios na lama,
não tem remédio que cure a doença do mundo.
Existe o vazio, serve-te o vazio?
Aproveita o vazio, mas não acostume-te com ele.
O vazio engana, e quando procurais o culpado,
serás tu mesmo,
tu, em tua própria mente.
E esta será tua condenação pela solidão.
Mas não tenhas momentos bons demais,
apegar-se-ia a tempos passados,
então sentirás o que chamamos; saudade.
E esta será tua condenação por apego.

E todos estão em náufragos
em suas próprias naus.
Tentando encontrar-se em meio a tempestade
descobrindo um mundo fora do copo
e de ante mão te digo:
Eu não leio poesia em inglês...

18 agosto, 2011

Eu,etc

Efêmeros amores
Continuas dores
Vários horrores
Tenho temores

Quem sois,
Aquele que questiona.
Um náufrago solitário,
O inverso de quem ama.
Sinto-me assim,
Assim é como me sinto...
A beira do abismo,
De presença indiferente
Sem voz presente
Em meio a tanta gente.

Tantas pessoas,
Perdoe-me a vulgaridade.
Assim é como vejo
Corpos vagando nas cidades.
Sonhos rastejando nas vielas
Tantos não querendo ter luz
Por isso nem acendo velas.
Qual caminho te conduz?

Vejo tudo além
Estou ausente
Mesmo tendo alguém
Quem sente
O mesmo de mi,
Tenho crises
Não estou aqui

Quem conheço
Não é assim,
Não por completo
Mas não convenci a mim
Tenho amores, vários
até que tudo passasse
Em todos os horários
Que horário há para enamorar-se?
Assim sou, assim serei,
Sem visão reta,
muitas outras amarei.
Eu, etc.



07/07/201

Toda vez que eu me encontro eu me perco

Perco-me como alguém que tenta encontrar-se
tudo o que procuramos está perdido
e por estar eu perdido, levo-te comigo, pois não quero atravessar o vale da morte sozinho.
Tu que és o outro
tu que és tu
tu.
Quem és tu?
Saberias dizer-me?
Então vejo que estamos indo ao mesmo lado, acompanha-me então
Tu, não tens nada a fazer, e por isso estás a ler
e a se perder, onde nem tu mesmo sabes onde.

Nem percebes o que estás a fazer, neste exato momento.
E depois tentarás encontrar-se,
mas não sabes onde começar. E não me julgues, não sou eu o culpado por sua perda
há tempos não sabe teu caminho,
mas agora
sabes que tens um.
Então corras super-homem, eleva-te, conheça-te, amplie-te!
E tente perder-te, sempre que possível...
Mas não se esqueça dos remos.



17/08/2011

17 agosto, 2011

Poema aos devaneios solitários

Tenho 8 minutos,
e passam como vento
vento quieto na praça suiça.
Ninguém vê, ninguém sente.
Esvazia toda a mente.

Em 7 minutos,
Buck Rogers não voltará,
Jesus não voltará.
Deixo essa crença aos lúdicos,
Por agora, estou lucido.

Imagine sentando-se
onde o sol ilumina,
e o abraço te faz a melhor,
a melhor pessoa...
Outra hora entender-te
era impossível
Hora essa, que agora
não falar-te, sou invisível.
É risível,
e o que não é?
Não tem como desviar.
As flores não irão ressucitar...
Mas contigo, alegria há
e outras ei de plantar.



19/07/2011

Sei que entre os Deuses não existe amor

Não existe poesia entre os anjos.
Como poderiam eles, falar de amor?
Se os Deuses não sentem,
seu Deus não te ama,
pois não existe amor na eternidade.

Os crentes nada sabem sobre a vida,
quem não vive não pode escrever,
quem poetisa é porque já sofreu.
Os crentes não podem entender.

Não há evolução em tua existência,
só vejo estagnação em teus atos.
Incoerência em tua crença,
preconceito em teus pensamentos.
Estes pensamentos profanos
como podem viver no engano?

E podeis falar o que quiseres,
me chame de descrente,
ou me aponte os dedos por blasfemar.
Mas não deixo minhas feridas
inflamar com teu veneno.
Não sujo de sangue minhas mãos
e estendê-las a quem degolei os sonhos.

Não venho lhes tirar o livre arbítrio,
pois já não o tens.
Poetas não mentem,
Poetas jamais creem...



10/08/2011

Sol sobre as flores de plásticos

As nuvens ainda percorrem este céu,
enquanto eu tento encontrar o culpado.
De quem roubara teu sorriso,
e deixara-me no mundo com este fardo.

Não importa quantos dias passem,
e nem importa também se parassem.
O que eu realmente queria é que voltassem.

Enquanto a maldade multiplica-se na terra
é você que não está mais nela.
Tu és quem não muda de endereço,
e escrever isto pra ti, não tem preço.

Creio que agora não há mais tormento,
estás longe para sentir meu sofrimento.
Eu grito com a boca fechada,
mas minha voz nunca é calada.

E se eu soubesses onde moras,
teu corpo lá está,
mas para aonde levaram-te tuas botas?

E esta é minha dor do mundo,
no grito mais alto que de mim sai
e o tempo não irá apagar
o amor que tenho por ti, pai.



26/07/2011

Corpos e coração

Há alguém aqui?
Alguém sem lenda,
não apenas corpo,
alguém sem venda.

Vejo corpos vagos,
humano, quem é?
Há flores nos lagos,
não vejo esperança nem fé.

Se é teu deus quem te conduz
sabes, no abismo não há luz.
Sabes também que existem caminhos.
Não digo-lhes qual é o certo,
até porque capaz, eu não seria,
mas não te tornes inseto.
Incerto, é o certo.
Não há certo, seja esperto.

Fale, não desvia-te
mortos-vivos não mentem,
muito além disso,
o pior é que não sentem.

Olhe-me nos olhos,
qual verdade aceitas?
Não tema, pense...
mentira não tem receita.

Se há um coração,
deixa o pulsar,
não é, não amando
que deixarás de amar.



17/07/2011
 
 
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