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19 junho, 2012

Astroboy (na praça ao lado)

Estou com medo...
de mim.
Sinto
que sinto...
demais.
perco o controle
em discussões banais.
[...]
Vejo-me partido,
partindo...
de lar.
Para onde, não sei.
Puderas haver
um abraço
logo a praça ao lado,
um sorriso na esquina
uma alma frente ao lago.
[...]
Avistei a simplicidade
esperando seu ônibus,
fui-me a lá ter.
Assim me despeço em pedaços
cultivando virtudes
colecionando os cacos
de nossas vicissitudes.

Já sem pés
só me resta voar.

10 junho, 2012

Memórias de agora


Perdeu-se o momento
onde pessoas se cumprimentam.
Apenas algumas horas
e já somos estranhos íntimos.

Abandonamos a estranheza.
conhecemos tudo
do pouco que conhecemos.
Em algumas palavras
e duas 'cutucadas'.

Sabemos nada de tudo,
e achamos saber o que é nada.
Irmãos de uma semana
amores de muitos nomes.

Nos acoplamos em máquinas
e socializamos nas horas vagas.
Choramos por não ter bens,
e nunca queremos o bem.

Sentimos saudade
de tudo que ainda temos.
Enquanto buscamos
tudo o que nunca teremos.


06 junho, 2012

47 9966 9651

Dentro dos corpos ausentes
rodeado, mas nunca presentes
- o mundo acabou -
mas não me traga um café,
todos pedem quando acaba o mundo.

Não há nada novo,
são outras mesmas pessoas
Assim como a grama
que é sempre...
sempre verde.

Poupe-me desta cor
e por favor,
me liguem pra dizer que me ouviram.
pra dizer que vida
é um predicado que ainda possuo
...
mesmo depois de perder
todas as minhas fichas
e os dados darem números negativos.

Cissiparidade

Virei tristeza em teus olhares
ódio em teus pensamentos
fui o erro da sua vida
a escolha mal sucedida
é assim que sempre acaba
e acaba sempre.

Em mim não há revolta
quem dirá aceitação
Não penses que quero
este escárnio de bom coração.

não haviam corpos vazios
nem valas onde me esconder.
Meu lado, nunca vais entender
Fui herói, sou covarde;
Fui inteiro, sou nem metade;
Por onde andais, não me arraste
...
cansei de agrilhoar sua liberdade

02 junho, 2012

Mortos-vivos

Me dão atalhos às nuvens
não é assim que me alivio.
Não é vendo sangue quente
que provo estar vivo.
Confundiram ludibriar-se
com viver a vida.

Perderam o sonho
pois morreram na realidade.
Chamaram isso de liberdade
achavam que os grilhões
não eram de verdade.

Corromperam-se...
e pagaram a penitência,
a pior delas.
[...]
avançaram sem limite
voaram sem asas,
perderam-se em deleite
nunca voltaram para casa.

 
 
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