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08 junho, 2014

Caminhos cruzados

refiz meu caminho pra ver de onde vim
encontro-me aqui e quem me trouxe?
Nos vinte e tantos outonos que me formam
jamais outrora amei tanto ser lembrado

é egoísmo, eu sei, é mais que isso, meu bem
uma infinita preguiça do tempo que vem
do meu lado, não corre ninguém, porque?
Não sei ao certo quando tornei-me
um temerário de minha própria imagem

O que sentes quando te olhas?
quando fita-te o próprio rosto
e percebes no abismo desta íris
os vãos que se formam entre os passos
os dias que se vão em descaso
encontros que se fazem por acaso

a chuva tardia abafa os dias
congelam as horas do clima cinza
É por querer que assim fica?
quem sabe no amanhã esse talvez
se faça presente nas esquinas da vida

Do eterno retorno

vens assim de surpresa
e é fato que sou tua presa
sem pressa, nem fujo
não finjo, fico, à espéra
nos fios e desvios 
das noites e promessas

raposa soturna, tortura
teus olhos trazem a floresta
a ilusão, e umas tantas palavras
que com amor tornaram-se isso...
uma parte de mim que no fim
não encontrou sossego no mar
das incertezas das pessoas-besta

sendo-te, sem ser-te
sou eu, aqui hoje e ontem
te escuto de todos os ventos
e sinto em todos os tempos.
 
 
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