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29 setembro, 2012




me  viu,

sorriu,


e saiu.







28 setembro, 2012

...quando perceber que deixou tudo pra trás

Encaro duas ou três vezes
ninguém convida a entrar.
Mesmo sistema,
mundos diferentes.

Nunca sei onde
começa a diferença.

Poderia de haver mais acasos,
ou destinos.
Poderia conhecer-te lendo um livro
o Apanhador
embora não me sinta tão vivo

e porque não, tão
livresco e patético
como as novelas
abandonei os céticos
me tornando um

e quais as chances,
cem?
sem chance.


22 setembro, 2012

Menos título

menos parágrafo,
menos rima,
menos sentido.
Menos do novo
menos um outro
sempre o mesmo.
menos...
poesia.
paciência.
Pois o que escrevo
é menos do que sou.

19 setembro, 2012

Nota sobre a invisibilidade

Pudera, eu, envolto de tanto conhecimento
acerca de mim mesmo,
idolatrar-me como quem exalta
a tirania oculta de deuses mortos.

Aprender a viver em minha própria consciência
como uma ave
livre,
engaiolada
pelos limites invisíveis
de uma vida mundana.

Quão contraditório seria
e jamais perceberia

...jamais...

17 setembro, 2012

Assim disse;

"_ Fica para sempre?"
Eis que tudo para
por um momento só
como se alguma vez
tivesse andado.

É delicado,
frágil, estilhaço a
ampulheta.
Não há saída de
e
mer
gência
[...]

Encaro os fatos...

sempre?

Até acabar.
Sim,
fico para
sem
pre.

10 setembro, 2012

Adeus Donnie

Se estar é minha condição inseparável
não quero que seja sem tua presença
esteja por mim,
onde estiver
esteja aqui.

Seja o ser que é
que é para mim
nada além, sem transcendentes.
nem passado recente
ou cartas sem remetentes.

Seja enquanto for
e assim que não mais
não gaste esforços em despedida
vivemos todos esperando
nossa própria partida

[...]

devemos aprender a morrer só
e a viver também.
queremos voltar no tempo
mas sem olhos
não se vê passado
nem futuro...

nem o furo
no canto da parede amarela da cozinha
onde pássaros voam sem vento.

e essa caneca também amarela
com suco velho que deixa a vida
amarga.
e me perguntam se sou feliz.
me perguntam o que foi que fiz
da vida que passou
e quem se importou um dia com a resposta
saiu pela porta da adega

maldita lebre que nem me contou,
sou quem esfaqueara teus olhos.
maldito eu sou.

09 setembro, 2012

O homem comum

Ninguém jamais o viu
dizem por ai que nem existe.
Pode até estar morto
morreu de desgosto

entrou pelo ralo
saiu do esgoto
igualou-se a escória
vive feliz e disfarçado
com o cheiro de lixo
e um sorriso falso.

sem um bom dia
pregou logo sua ideologia
um esteriótipo evidente
e ninguém jamais o viu.

acordou mais um dia
como se acorda todos os dias
matou outra pessoa
como se mata todos os dias

é só uma questão de perspectiva
para perceber que é tudo igual
todos esses caminhos
com tantos nomes
e sempre o maldito,
insuportável,
mesmo objetivo.
que ninguém jamais o viu

tão peculiar como uma
faca sem gume
sem teor de relevância algum
é o homem comum.

06 setembro, 2012

Regando sementes mortas

Por tempo demais escolhi o capitão errado
para tomar conta do timão da minha embarcação
Este que ainda me leva por turbulentas águas
me afoga, e me atira ás rochas
só para me ver sorrindo no fim,
como um plano de fundo, enfim,
[...]
como um quadro na parede de conquistas dilaceradas.
como outro cara, alvo de suas escolhas erradas.

Faz ano, e a cicatriz continua
como mordida de tubarão
posso me fazer de frio e indiferente
mas você saiu sem pudor,
envenenou os mares e disse:
"foi tudo por amor"

[...]

são lembranças ruins demais
para uma vida tão curta
me pediu para ficar
e ria as minhas custas
ESQUEÇA TUDO!
mal posso andar nas ruas,
deletei canções,
incendiei cidades.

ligaram os alarmes,
e eu
esperando
o tempo
curar.

esperando
poder respirar.

me disseram
que ia passar

[...]

eles
erram.
 
 
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