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25 janeiro, 2014

O não também afirma

Ouvi a negação que propõem a verdade invertida, sintetizando o absorvido absorto em demasia da minha compreensão. Como poderia eu ver com outros olhos? Aceito-lhe, ó contrário. Como irmã siamesa de tudo que digo. De tal protuberância e emaranhado que de tudo sinto. Sinto, como se não houvesse outra forma. Qual forma seria essa se não fosse o que é? Apenas por isso, sou-me o qual aqui estou. - Há, ou melhor, queiramos que haja, este abismo, esta cisão, a negação do já dito, e o contrário do não dizível. Divagamos sobre pernas que nos são.  Almejamos os sonhos que já não. Assim, sempre avante!
Somos navios sem remos, e é o vento que nos sopra a brisa nos cachos. Cintila o conforto aos ouvidos, e a visão da práxis sempre nossa, sempre minha, universalizado ao outro que jamais sou. Há sempre dois lados da faca, e por isso, um terceiro. A dialética do não, a permissão dos opostos, o diálogo sem dono, a construção do estado de coisas que não pode ser, se não, somente aquilo que lhe formou em toda a sua essência, material ou inteligível.
Hoje meu maior medo é ter certeza.

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