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02 maio, 2013

Toda poesia

sussurrou em prantos surdos,
jamais hei de ouvir lástimas
nem lembro qual foi a última
vez que me fiz em lágrimas.
já que minha solidão
se fez letra, se fez só.

eu as divido, quem se importa?
já vi tanta existência sem vida
como os vermes que rastejam
toda noite, em toda viela.
E jamais houve alguém
que decifrasse os cantos
Nos acostumamos tanto
com a superfície
que qualquer milímetro de profundeza
cansa.

e me dizem sempre:
"seja mais objetivo"

É assim que eles matam
toda poesia
todos os dias.

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