há em cada dia um sonho fio
em cada prédio que não impede
o pôr do sol penetrar no cinza,
na infelicidade da cidade indivíduo.
quantas belas palavras se salva
em uma olhada, atenta, sentida.
a bruta sentimentalidade de cada
rua, que insiste ser passagem.
nem praça, nem banco,
sem parada para os passa-geiros.
em cada casa pra carro
muita gente sem teto,
muito carro pra cada
e pra cada, mais estrada.
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